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Estúpida genética

A biologia determina muito sobre quem somos. Desde o momento em que nascemos sabemos como respirar e comer. Mas quando crescemos, aprendemos novas coisas. Novos instintos instalam-se em nós. Tornámo-nos possessivos em relação às nossas coisas. Aprendemos a competir. Procuramos segurança. Mas o mais importante, reproduzimo-nos. Tudo isto está no nosso ADN. A maneira como somos, quem somos, como parecemos, tudo está no nosso ADN.
Pensar que se os nossos pais nos tivessem feito um mês mais tarde, seriamos totalmente diferentes daquilo que somos. Tudo seria diferente, as nossas vidas seriam diferentes. A vida como a conhecemos seria diferente. O ADN define também as nossas doenças. Define se somos saudáveis ou se temos alguma doença. À medida que nos desenvolvemos podemos nascer deficientes ou então sãos e salvos. Podemos nascer lindos ou ter o azar de nascermos feios. Podemos ser muito diferentes dos nossos pais mas temos os mesmos genes que eles. Tudo o que somos depende de uma coisa que nem conseguimos ver a olho nu. Não podemos escolher quem queremos ser. É, a biologia é uma porcaria.

Mas o ADN não nos desculpa de tudo. Somos humanos, a vida muda-nos. Desenvolvemos novas manias, tornamo-nos menos possessivos. Parámos de competir. Aprendemos com os erros. Enfrentamos os nossos maiores medos. Tornamo-nos fortes. Para o melhor ou para o pior, aprendemos a ultrapassar o ADN e o seu «destino quase imutável» e passamos a ser quem a vida nos ensinou a ser. O maior risco é que podemos mudar demasiado, ao ponto de um dia acordarmos e já nem saber quem somos e que vida é a nossa. Mas, com sorte, a pessoa que somos e que não conhecemos é melhor do que aquela que eramos antes de ultrapassarmos o que a genética pretendia que fossemos. E aí sim, somos quem queremos ser.

Hoje sinto-me: Crazy - Alanis Morissette
Frase: «But we're never gonna survive, unless we get a little crazy»

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