Pé de Cinderela

"Há um antigo mito chinês sobre o Fio Vermelho do Destino. Diz que os deuses prenderam um fio vermelho no tornozelo de cada um de nós e o conectaram a todas as pessoas cujas vidas estamos destinados a tocar. Este fio pode esticar-se ou emaranhar-se, mas nunca irá partir."

Pensem como seria o mundo se vocês não existissem. Tudo seria diferente. O último conselho que deram não seria dado, então a pessoa a quem vocês o deram teria cometido um erro. A última coisa que fizeram, que disseram. A última pessoa que conheceram. Vocês já mudaram a vida de alguém pelo simples facto de ela vos conhecer. A isto se dá o nome de efeito borboleta, ou teoria do caos. Esta teoria diz que o bater de asas de uma simples borboleta poderia influenciar o curso natural das coisas e, assim, talvez provocar um furacão do outro lado do mundo. O vento provocado pelo bater de asas iria ser espalhado e iria provocar um novo vento, com a acumulação de partículas. Assim, quando esse vento chegasse ao outro lado do mundo, iria ser tão forte que ia provocar um furacão. É óbvio que isto é apenas teoria. Mas é nisto que a vida se baseia. Tudo o que fazemos, desde a mais pequena coisa, vai provocar uma série de acontecimentos, acontecimentos esses que não eram possíveis se não tivessemos feito não sei o quê. Estamos todos destinados a mudar algo no mundo, o que se torna um bocado assustador.
No dia 11 de Setembro de 2001, o dia do atentado a NY, Lara Lundstrom Clarke estava a passar na passadeira para ir apanhar o metro para o seu emprego, numa das Torres Gémeas. No exacto momento em que ia a passar, a actriz Gwyneth Paltrow quase que a atropelou. Nesse momento, ambas olharam uma para a outra durante uns segundos. Não sabiam porquê, mas sentiram que deviam olhar uma para a outra durante algum tempo. Assim, Lara acabou por chegar à estação atrasada, mesmo no momento em que o metro que deveria apanhar partiu. Apanhou o seguinte. Quando estava mesmo a chegar à Torre onde trabalhava, esta foi atingida pelo avião. Muitos dos seus colegas morreram. Caso ela tivesse apanhado o metro que deveria apanhar, também poderia ter morrido.
Até as pequenas coisas podem criar uma nova história.

"Sete biliões, oitenta milhões e trezentas e sessenta mil pessoas neste planeta. Hoje enviaremos 300 biliões de e-mails... 19 biliões de SMS... E mesmo assim ainda nos vamos sentir sozinhos. Uma pessoa dirá milhões e milhões de palavras a milhares de pessoas. Estas palavras serão usadas para magoar ou para curar?"


Só nos sentimos sozinhos porque não conseguimos ver que estamos todos interligados, destinados a mudar a vida uns dos outros.



Hoje sinto-me: Blackbird
Frase: «Take these broken wings and learn to fly. All your life you were only waiting for this moment to arise.»

Eu sei que este post não tem nada a ver com o novo estilo do meu blog mas seja... Descobri que este rapaz mora relativamente perto de mim. Não percebo como é que nunca reparei nele antes.

A biologia determina muito sobre quem somos. Desde o momento em que nascemos sabemos como respirar e comer. Mas quando crescemos, aprendemos novas coisas. Novos instintos instalam-se em nós. Tornámo-nos possessivos em relação às nossas coisas. Aprendemos a competir. Procuramos segurança. Mas o mais importante, reproduzimo-nos. Tudo isto está no nosso ADN. A maneira como somos, quem somos, como parecemos, tudo está no nosso ADN.
Pensar que se os nossos pais nos tivessem feito um mês mais tarde, seriamos totalmente diferentes daquilo que somos. Tudo seria diferente, as nossas vidas seriam diferentes. A vida como a conhecemos seria diferente. O ADN define também as nossas doenças. Define se somos saudáveis ou se temos alguma doença. À medida que nos desenvolvemos podemos nascer deficientes ou então sãos e salvos. Podemos nascer lindos ou ter o azar de nascermos feios. Podemos ser muito diferentes dos nossos pais mas temos os mesmos genes que eles. Tudo o que somos depende de uma coisa que nem conseguimos ver a olho nu. Não podemos escolher quem queremos ser. É, a biologia é uma porcaria.

Mas o ADN não nos desculpa de tudo. Somos humanos, a vida muda-nos. Desenvolvemos novas manias, tornamo-nos menos possessivos. Parámos de competir. Aprendemos com os erros. Enfrentamos os nossos maiores medos. Tornamo-nos fortes. Para o melhor ou para o pior, aprendemos a ultrapassar o ADN e o seu «destino quase imutável» e passamos a ser quem a vida nos ensinou a ser. O maior risco é que podemos mudar demasiado, ao ponto de um dia acordarmos e já nem saber quem somos e que vida é a nossa. Mas, com sorte, a pessoa que somos e que não conhecemos é melhor do que aquela que eramos antes de ultrapassarmos o que a genética pretendia que fossemos. E aí sim, somos quem queremos ser.

Hoje sinto-me: Crazy - Alanis Morissette
Frase: «But we're never gonna survive, unless we get a little crazy»

A vida é tão irónica que enerva. Passamos dias, meses, anos à espera de um momento qualquer que nunca acontece e passamos mais uns dias, meses e anos a tentar aceitar que esse momento nunca mais vai chegar. Um dia acordamos e percebemos que finalmente aceitamos que isso nunca vai acontecer e que até gostamos da nossa vida sem isso ter acontecido. E é exactamente nesse dia que aquilo que desejamos durante muito tempo acontece. No dia em que já tinhamos desistido. No dia em que não estamos preparados. Mas dantes, dantes que estavamos preparados para isso acontecer, nada. Porque é que não aconteceu antes? É como estarmos à espera do baile de finalistas. Durante todo o ano vamos pensando que vestido usar, como pentear o cabelo, com quem vamos... E quando temos tudo preparado, chega o dia, ficamos doentes e não vamos.
Gostava de perceber o porquê de a vida não nos dar as coisas logo. Só nos dá quando estamos menos preparados. Bolas. Estas ironias fazem-me rir, porque estragam os planos todos. Quando começamos a partir para outra, porque o nosso plano original não resultou, ele começa a acontecer. E nós nunca sabemos o que havemos de fazer à vida, porque ela não pára de nos pregar rasteiras.

Só me consigo lembrar da letra desta música:

Um homem velho fez 98 anos
Ganhou a lotaria e morreu no dia seguinte
É uma mosca preta no teu Chardonnay
É o perdão no corredor da morte, 2 minutos atrasado
Isso é irónico... não achas?
É como chuva no dia do teu casamento
É uma boleia de graça, quando já pagaste
É o bom conselho que não aceitaste
E quem teria imaginado... isto acontece
O Sr. Precavido estava com medo de voar
Ele fez a sua mala e deu um beijo de adeus aos seus filhos
Ele esperou a vida toda para ir naquele vôo
E enquanto o avião caía, ele pensou
"Bem, isso não é bom..."
Isso é irónico... não achas?
É como chuva no dia do teu casamento
É uma boleia de graça, quando já pagaste
É o bom conselho que não aceitaste
E quem teria imaginado... isto acontece
Bem, a vida tem um jeito engraçado de se meter contigo
Quando pensas que tudo está O.K. e tudo está a ir bem
E a vida tem um jeito engraçado de te ajudar
Quando pensas que tudo está a dar errado e tudo explode na tua cara
Um engarrafamento de trânsito quando já estás atrasado
Um sinal de "proibido fumar" no teu intervalo para o cigarro
É como dez mil colheres quando tudo o que precisas é de uma faca
É encontrar o homem dos meus sonhos
E então encontrar a sua linda esposa
E isso é irónico... não achas?
É como chuva no dia do teu casamento
É uma boleia de graça, quando já pagaste
É o bom conselho que não aceitaste
E quem teria imaginado... isto acontece
Bem, a vida tem um jeito engraçado de se meter contigo
Quando pensas que tudo está O.K. e tudo está a ir bem
E a vida tem um jeito engraçado de te ajudar

Hoje sinto-me: Ironic - Reece Mastin
Frase: «Well life has a funny way of sneaking up on you»

Bem, para começar acho bem apresentar-me.
Para quem me conhece... Bem, já me conhece.
Para quem não me conhece, eu tinha um blog chamado «Limão Amarelo» ou «Welcome to my wonderland», mas que, não sei porquê, deixou de dar, e ainda andei um tempão a pensar se haveria de começar a escrever um novo porque, sinceramente, não tinha muitos leitores (uma vez que nenhum dos meus amigos sabia que eu tinha blog, não sei, nunca me apeteceu contar a ninguém xD) e porque acho que ninguém estaria interessado em ler sobre a vida de uma pessoa tão desinteressante como eu. Mas agora criei este. E porquê «My own vision of the world»? Porque, em vez de escrever sobre as coisas que me acontecem, vou escrever sobre como me sinto sobre elas. O que não me parece que seja mais interessante. Ler sobre coisas que aconteceram a uma pessoa chata ou ler sobre o que essa pessoa acha de certos assuntos... Venha o senhor diabo e escolha.

Mas pronto, uma apresentação minha:
O nome do meu blog é Pé de Cinderela porque tenho um pé pequeno. Minúsculo mesmo. Simples.
 Sim, eu pareço ser um pouco louca. Na verdade, acho que sou. Como costumo dizer «não vale a pena ser normal num mundo que não merece a nossa sanidade». E é o que eu penso. Eu sonho em demasia, eu sinto em demasia, mas sou feliz. Que importa se me vou magoar? Hei-de recuperar! A minha filosofia de vida é «Vamos todos morrer e vamos. Depois de morrermos, não importa se fomos felizes ou não. Mas enquanto estamos vivos importa e muito. Portanto não te preocupes com nada, tudo vai ficar bem. Sonha, ri, chora, salta, pula, grita, diz o que pensas. Sê tu próprio, principalmente. Mais uma vez, quando morreres, não vai importar se foste feliz e se sentiste aquela vontade de gritar ao mundo o que sentes. Mas ainda aqui estás. E, por enquanto, ainda importa.»
Sou também uma pessoa muito romântica, mas não me apaixono assim com tanta frequência. Defendo o amor, e não tenho vergonha de o dizer. Acredito que o amor pode mudar o mundo.

E esta deficiente sou eu. Nada mais a acrescentar. Espero que possam viajar comigo neste mundo, espero poder conhecer-vos melhor e aprender convosco.
Muitos beijinhos a quem gostou e uma boa viagem a quem não gostou. É na paz.

Hoje sinto-me: Viva la Vida
Frase: «Feel the fear in my enemy's eyes»